sábado, 29 de novembro de 2008

Working Class Hero

Essa semana fui chamado para a primeira entrevista de emprego da minha vida, para ser vendedor nas livrarias Curitiba. Já tinha preenchido uma ficha outro dia, em que, além de registrar meus dados pessoais, tive de fazer uma redação sobre "por que a leitura é importante na vida das pessoas". Depois rolou uma conversinha e a promessa de um telefonema caso meu perfil fosse aceito.
Ligaram quarta-feira pela manhã, era pra estar lá às 15h. Chegando na loja, umas dez pessoas agurdavam. Todos, assim como eu, desejando as comissões das vendas de natal e volta às aulas. Depois de um tempo, fomos chamados para uma sala onde se encontravam dois gerentes de loja, cada um com sua prancheta, nas quais anotavam alguma coisa sempre que alguém se pronunciava.
Um deles pediu para formarmos duplas. Daí, depois de algum tempo coletando informações um do outro, deveríamos vender o nosso entrevistado, dizendo as razões pelas quais ele deveria ser contratado.
Eu achava que era um bom enrolador. Na hora de apresentar minha dupla (um cara chamado Dinaiti) pensei ter feito um bom discurso ao dizer que o rapaz era fã de leitura, estudioso. Que havia conseguido uma vaga em Direito na Curitiba - aliás, engraçado como o nome da cidade em que os estabelecimento são situados é popular para nomeá-los - que já havia trabalhado em outros lugares antes e que sabia conversar. Feito isso, foi a hora de eu ser apresentado, e aí eu vi um mestre em ação. Seu discurso começou mais ou menos assim: "Bem, pude perceber que o Cássio aqui é um talento prematuro. Digo isso porque ainda não possui experiência profissional. Teve algumas oportunidades de estágio, as quais prontamente declinou em virtude de alguns contratempos, mas pude notar que vontade é algo que para ele não falta."
O falatório seguiu nessa linha por mais alguns minutos, enquanto eu ouvia tudo perplexo. E não foi só ele, praticamente todos os outros presentes na sala haviam treinado suas habilidades em "falar empolado" e "emprego de vocábulos pomposos".
Nesse momento, já tinha começado a me preocupar. Quero dizer, um dos pretendentes as vagas tinha feito um projeto com ostras no litoral! Como eu poderia concorrer com aquilo? Houve então uma pausa(suco de graça!) e depois seríamos chamados para uma dinâmica de grupo.
Aquela poderia ser a minha oportunidade para recuperar o espaço perdido. Só precisava saber o quê seria. Pois quando voltamos, uma mulher segurava um bambolê.
Segunda vou voltar a distribuir currículos.

3 comentários:

Unknown disse...

huahuuhhauhu
o final foi excelente.
Quer dizer, aparte do bambolê, não a de ter que distribuir currículo novamente.

Unknown disse...

bambolê, meu!
hahaha ótimo!

G disse...

Hahahah... o cara chamado Dinaiti é meu irmão, achei seu post no google rss...Abç, espero que tenha conseguido um emprego!